"Ora disse o Senhor...: Sê tu uma benção!"

O Senhor te fala e lhe dá promessas. Confia nEle e as promessas se cumprirão em tua vida. Muitas vezes pode parecer absurdo e insano largar tudo para trás. Na nossa terra há amigos, família, conforto e apoio. Porém não é este o mundo em que vivemos. O mundo em que vivemos precisa de bençãos e essas bençãos somos nós. Nós somos os que Deus usa para levar conforto e paz e compartilhar a salvação através de Jesus Cristo. Como conhecerão a Verdade se conosco não aprenderem? Verdade esta que nos impulciona a fazer o bem sem olhar a quem.

Servir este ano em Moçambique será um grande desafio mas eu tenho a promessa de que Cristo estará sempre comigo até o fim e melhor companhia não pode existir.

O que espero deste ano? Ver o poder de Deus se manifestar; respeitar o povo ao meu redor; agradecer, ser paciente, ouvir; construir pontes, relacionamentos; rir muito; encontrar maneiras de adorar meu Deus de dia e de noite; dar graças; não temer o novo e ousar sempre.

Deus me abençoará e serei uma benção!







quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pre-schools




Being in Chimoio area and helping educators "learn" to teach is sometimes tiresome but always rewarding. These week we've been visiting villages and getting to know the kids and communitary schools. Meetings have been put together to share ideas of improvement and make education better in remote areas. Classes usually have more than 50 children each, often only one person taking care of them. Oh boy! So far I have seen over 200 hundred kids in two visits (Pandanganga e Mecumbezi 2). I try to spend some good time with them, playing together, singing and being part of their activities. Just wish these educators can bring to the communities quality of education. I am trying to do my part. Capacitation starts next week =)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Está acabando...



Machanga, 01 de maio de 2011
Dt 28:3 "Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo."
Nove meses já se passaram, três mais e estarei em casa. A vida no campo não é fácil, mas dia a dia me adapto cada vez mais e sou prova viva de que uma pessoa da cidade pode sobreviver no campo.
Antes de eu chegar aqui as pessoas estavam muito preocupadas comigo ao saberem que eu vinha de uma das maiores cidades do mundo. "Como será que ela vai se sair?" "Irá aguentar?" Muitos apostaram que não e aqui estou firme e forte. Devo confessar que muitas vezes finjo e acredito estar em um destes "reality shows" filmados em um fazenda. Porém, as pessoas ao meu redor não disputam comigo, elas são parte do grande prêmio. Também percebi que não há concorrentes ao prêmio final, para eu vencer só preciso permanecer até o fim. As provas requerem esforço mental, físico, psicológico, emocional, espiritual e qualquer outro que quiserem acrescentar à lista.
Estando aqui eu ensinei e aprendi. Chorei e sorri. Ri muito. Vivi. Tomei banhos de balde, banhos frios e banhos em rios. Andei descalça, pisei na lama, dormi no chão. Cozinhei com lenha, lavei roupa na mão. Comi pato, galinha, cabrito, coelho, gazela e sabe-se lá mais o que. Vi lagartos, cobras, macacos, libélulas de todas as cores, pássaros lindos, insetos esquisitos e aranhas gigantes. Subi em árvores e comi frutas do pé.
Caminhei, caminhei muito. Senti fome, senti sede, senti frio e muito, muito calor. A comida muitas vezes foi nada mais do que alimento ao corpo. Comi sem prazer mas também houve tempo de comer de forma prazerosa, dividir a mesa com amigos e gargalhadas. Quase nunca comi salada. Tive alguns resfriados, algumas vezes a comida fazia mal, mas nunca precisei chegar ao hospital. Visitei doentes, cadeias e aldeias. Gente rica e pobre. Comi a mesa e na esteira. Comi com garfo, comi com a mão. As vezes tinha pão outras não. Vi a terra seca e molhada. Plantei e colhi. Comi da terra. Me banhei, cantei e dancei na chuva. Encontrei na miséria dias felizes e de muito riso. Me alegrei com o vento, com a chuva, com a sombra e com o sol. Ah, o sol! Tantas vezes me queimou, tantas vezes roubou-me sorrisos ao se mostrar ao amanhecer e entardecer de forma tão esplendorosa .
Andei de carro, carroça, canoa. Atravessei rios, fronteiras e conheci muita gente pelo caminho. Fiz muitos bons amigos. Apreciei cada pôr-do-sol Moçambicano como se fosse único e eram. A cada novo dia, Deus sempre superou minhas expectativas e me presenteava com cores infinitas ao redor da alaranjada estrela chamada sol.
Dormir nem sempre foi confortável, muitas vezes o calor era insuportável. Mas nada se compara ao céu de Machanga. Nada mesmo. Pareço estar em um planetário, uma pintura ou em um conto mágico de um livro toda vez que olho para a noite e contemplo a linda e perfeita mão do Eterno. Cada detalhe, cada estrela, cada constelação. No escuro a sombra dos coqueiros torna a vista ainda mais agradável a simplesmente linda. A Via Láctea realmente parece leite derramado no céu. O Cruzeiro do Sul, que serviu como guia a muitos navegantes no passado, hoje para mim é marca de que estou em meu lar em Machanga. Órion com seu cinto esplendoroso é só mais uma de tantas constelações que por aqui se vê.
Machanga, meu lar por um ano. Um ano. Este foi o tempo que Deus separou para que aqui estivesse. Já cumpri ¾ desse tempo e logo minhas aventuras na África chegarão ao fim. Entretanto, estou muito feliz em ter compartilhado tantas bênçãos por aqui e também por poder voltar ao meu país depois de todos os episódios de um "reality show" chamado Centro Internato Feminino American Board com o prêmio incomparável que é a promessa de Deus em minha vida.
"Bendito serás ao entrar e bendito, ao saíres." Dt 28:6
Priscila de Lima Santana
 

A ride to Bea Pea


Who needs a stereo when you have ten girls in the back of your truck? Today I went to the site where the new school has been built and I took some of the girls along. They sang all the way (40 minutes drive). It’s amazing how much energy they have. The sun was bright and warm, the sky pretty as always. The roads awful as usually. It was interesting to hear directions when all we have in front of us were trees, bushes and nothing like a road... Like, "turn right", in my head... (where? Right towards this tree?). But anyway it was good to see how happy we can make these girls be just driving them around. The school is almost done and next year they may move to the new site. Too bad I won’t be here to see it done.
Melanie and João came for a visit. It’s always good to have visitors because I get the chance to eat really well =)
Time flies right now and soon I will be home. I will miss these girls sooooooooooooooo much and all the fun they can share even in a so very simple drive.
We made some ninja stars with colored paper today after lunch and after they were ready we started setting them as the constelations we can see from here such as the Crux and Orion.
I just love this place and being able to live here for a year was a very special gift in my life!

sábado, 9 de abril de 2011

Desculpem pela demora...

Machanga, 25 de março de 2011
Graça e Paz de Moçambique,
A pacata Machanga continua quente e o mês de março está demasiado seco sem chuvas. O calor é intenso, até na sombra o mormaço me queima e as noites são terríveis para dormir. Apesar disto a terra produz e além do milho temos muito amendoim e abóbora. Há abóboras no nosso quintal e como não temos pão todos os dias as vezes como abóbora como café-da-manhã ou lanche da tarde. A variedade alimentar não é rica, mas comemos muito arroz no almoço e jantar. Estou gorda de comer tanto carboidrato, mas aqui se come para encher a barriga e saciar a fome.
O trabalho com as meninas tem fluído, estão em época de provas e eu ajudo bastante com os deveres de casa. Matemática voltou a me assombrar (rsrsrsrs). Este mês lemos bastante a Bíblia e tem sido bem agradável. No dia Internacional da Mulher trabalhei com um poema onde discutimos o direito da mulher e conversamos sobre sonhos.
Continuo acreditando na educação e acho que as mulheres só serão capazes de lutar por seus direitos através do incentivo da mesma. Afinal, como se canta por aqui, "A mulher emancipada é a força da mudança."
Final de semana passada tivemos uma festa de abertura do ano letivo aqui no Centro, um pouco atrasada mas muito esperada. As meninas cantaram, tivemos um almoço bem farto (só se come assim uma vez ao ano!). Matamos galinhas, compramos peixe, fritamos batatas, fizemos salada de maionese e até um cabrito foi morto para a celebração. Membros da igreja e autoridades locais foram convidados. Comemos tanto, eu inclusive, que depois algumas meninas até passaram mal. Diziam que era por não terem costume de comer comida boa. Foi uma festa muito agradável.
Nos finais de semana assistimos filmes no meu computador, vamos a igreja e ao rio para refrescar, nadar e pegar "ushoa" (mariscos).
As saudades de casa tem sido muitas este mês e embora saiba que agosto está logo ali, parece que o tempo não passa por aqui. Já li mais de 15 livros desde que cheguei e podem acreditar, livros bons são grandes amigos. Espero terminar de ler a Bíblia até agosto também. Este mês li a história de Ester e do profeta Oséias, que Deus fez casar com uma prostituta. Deus realmente tem grandes planos em nossas vidas ainda que as vezes os meios pareçam absurdos. Também tenho lido muito sobre Davi nos livros de Samuel, e acabei o livro de Daniel também.
Aqui em Machanga tenho dois amigos americanos que trabalham com o Corpo da Paz (os outros dois únicos brancos além de mim), jantamos juntos pelo menos uma vez por semana e essas amizades tem me ajudado muito, Conversamos, rimos, as vezes assistimos videos no computador. Aqui eles dão aulas na escola secundária, um de Matemática e o outro de Inglês. Tenho um clube de inglês com um deles e ensinamos inglês de forma divertida aos sábados de manhã. Também estamos iniciando um clube de artes onde ensinamos as meninas a fazerem pulseiras com materiais recicláveis.
No início do ano entrei em contato com uma professora da faculdade e juntas formamos uma parceria de leitura. Ela conseguiu que alunos da faculdade doassem alguns livros para melhorar a pequena biblioteca que construi para minhas meninas aqui no lar. Ele enviou pelo correio esta semana e estou ansiosa para que cheguem logo.
Também em parceria com um grupo de jovens de uma igreja americana, meninas estão juntando trajes de banho para doarem ao meu projeto de natação. Tive a ideia devido ao medo que todos tem ao atravessarem o rio em canoas por não saberem nadar. A travessia é rotina diária de muitos por aqui e de vez em quando tem-se a noticia de que canoas viraram e pessoas morreram. Também pelas eventuais cheias (enchentes) que temem todos os anos. Graças a Deus a ultima foi em 2007.
Cada dia aqui é um desafio, mas Deus como sempre, é Perfeito e Fiel. No mês de abril teremos batismo na igreja e muitas meninas já se pronunciaram. Orem pela vida espiritual delas. Apesar de muitas discussões sobre o tema, muitas acreditam na teoria da evolução e acham que viemos dos macacos. A existência de Deus para elas é também algo incrível já que ninguém sabe dizer de quem Deus nasceu. Porque se ele existe teve que nascer de alguém. E se astronautas chegaram até o céu, por que não viram Deus? Estas são as perguntas que enfrento todos os dias e apesar de parecem infantis para muitos, para elas são muito sérias.
Que o Senhor os abençoe e guarde assim como o tem feito para comigo. " Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou a Daniel do poder dos leões." (Daniel 6:27)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Português?!


Xícara - Chávena
Roça – Machamba
Obturar – Chumbar
Repetir de ano - Chumbar
Geladeira - Geleira
Sítio - Lugar
Ventilador – ventoinha
Suco – sumo
Ônibus – machibomba
Lama – matope
Lotação – chapa
Celular – telemóvel
Bolsa, mochila – pasta
Sacola "de mercado" – plástico
Café da manhã – pequeno almoço (formal); mata-bicho (informal)
Óculos – lentes
Fila – bicha
Moça – rapariga
Carro – viatura
Carona - boleia
Fazendeiro – farmeiro
Abacaxi – ananás
Pinha - ata
Blusa de frio – camisola
Esmalte – verniz
Criança – miúdo
Apontador – afiador
Planejar – planear
Refrigerante - refresco
Entender - perceber
Custar - demorar, ser difícil


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mais uma viagem de Machanga a Beira

4:45 – O sino toca;
5:45 – Me levanto, acordo Serena (a convidada a dar palestras sobre agricultura), faço um café;
6:45 – O motorista chega para nos levar até Zivava, compramos pães e chá para levar para as meninas, já que não terão tempo para almoçarem;
7:00 – O carro está parado a 200 metros do centro, já avariou e nem começamos o dia ainda. Mas bola para frente, o motorista é bom mecânico e logo estamos a caminho.
A manhã começa com a palestra sobre métodos de agricultura em data show, que logo tem que ser interrompida por falta de eletricidade. Hakuna Matata, sem problemas começamos então a aula de artesanato com jornais e todos apreciam a atividade ainda que com alguma dificuldade para efetuá-la. A corrente volta e a palestra vai até o fim desta vez. Logo após é servido um pequeno lanche e as pessoas são dispensadas.
Será um longo dia na missão de Zivava e passarei o dia todo pois a palestra da tarde começa em pouco tempo e estou auxiliando Serena em tudo.
15:45 – O telefone toca. Maguengue na linha me avisa que não saiu carro de Beira para Machanga e portanto não poderei viajar no outro dia a menos que atravesse para Mambone e pegue a chapa das 4:00 para Vilanculos no dia seguinte.
A tarde então torna-se mais agitada até que eu decido atravessar o rio e tento convencer minha nova amiga de Peace Corps que vive em Mambone para deixar que eu pernoitar por lá. Como ela mora numa casa de matope, acha que será muito desconfortável. Mas insisto que não me importo pois tenho que estar lá as 4:00 para pegar a chapa.
16:00 – Corro para American Board para arrumar minha mochila para Beira e corro mais ainda para chegar a tempo a margem do rio para pegar uma canoa antes das 18:00, pois após esse horário elas não atravessam mais.
Consigo chegar a tempo, entretanto não antes de escorregar na merda de uma vaca e cair de joelho no chão, - mas não se preocupem, como não tinha tempo para sentar e chorar continuei minha jornada, - depois de caminhar por quase 40 minutos na areia para chegar até o rio, tive antes que passar por uma area alagada, - tirei as sandálias, ergui a saia e vamos que vamos, - cheguei a margem e atravessei finalmente. Já nas areias de Mambone pisei em uns espinhos bem afiados, mas por sorte os furos no pé não foram profundos e continuei a jornada até a casa onde passaria a noite.
18:45 – Ao encontrar Sophia e relatar o meu dia até o instante ela disse-me que eu podia reclamar a vontade, afinal meu dia tinha sido terrível. Reclamar?! Reclamar por que?! Tudo deu certo. Consegui chegar a margem a tempo, atravessei segura sem a que a canoa virasse, o que foi ótimo pois trazia meu computador comigo, estava em Mambone e conseguiria pegar a chapa das 4:00 no dia seguinte. Decidi que não era justo reclamar e não o fiz. É claro que estava faminta depois de um dia bem agitado e embora muitos reclamem do maná desta terra o que me alimentou foi massa e matapa. Depois de um bom banho de balde e muita conversa fomos dormir para acordar bem cedo no dia seguinte.
3:15 – O despertador toca, saimos ainda com a lua cheia lá em cima. Consigo entrar na chapa e agora só esperar. Depois de umas 2horas desço em Maluvane para esperar por uma chapa que vem de Vilanculos para Beira. Nada de chapa e como uma família pede boleia em um caminhão descido fazer o mesmo. Depois de negociarmos um valor até Inchope parto no meio de dois Moçambicanos que sairam de Maputo para entregar aquele caminhão em Zambezia. O combustível do caminhão acaba em Muxungue e eu vejo a oportunidade de me livrar da boleia e tentar uma chapa.
7:45 – Entro em uma chapa para Beira que só sai as 9:45 quando já não cabe nem mais uma mosca. Lá pelo meio-dia chego em Inchope e decidi descer ali e pegar uma chapa para Chimoio, estou exausta e Chimoio é mais perto e devo uma visita a Cybelle.
14:00 – Chego em Chimoio e tomo um banho. E agora sim estou pronta para o que vier pela frente. Descanso um pouco e Segunda bem cedo Cybelle e eu partimos para Beira. Demora um pouco a jornada de Machanga a Beira desssa vez, mas tudo bem o importante é que cheguei.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Domingo em Machanga


Domingo, dia ir a igreja. Igreja que fica debaixo de uma mangueira onde o pastor é bem velhinho e as senhoras sentam-se em esteiras. O culto foi agradável, com sermão sobre Zaquel. Claro que foi em Ndau e eu não entendi muita coisa mas para mim o importante é saber que a vida espiritual da comunidade tem sido suprida, ainda que com muito poucos membros e de forma bem simples. Domingo é também dia de conviver. É muito bom ver as meninas correrem e brincarem e rirem e trançarem. O dia estava quente e debaixo do sol era impossível jogar futebol. Enchi um balão com água e jogamos até que ele estourou em uma das meninas deixando a molhada e garantindo a gargalhada de todas as outras. Ainda não estávamos satisfeitas e fomos ao rio para ver como estava. Devido as chuvas a área fica alagada e sabíamos que era bem provável termos que voltar antes de chegar ao rio. Sim tivemos que voltar mas é claro que fomos o mais longe possível com direito a passagem por poças de lama até o joelho. Atividade bem comum esta época do ano. Enfim fizemos nossa caminhada de volta. Como é bom ser feliz e ter toda a energia de correr, pular, cantar, brincar. Estar em Machanga é uma benção. O céu é sempre lindo e sempre me faz lembrar da excelência da criação e do Salmo 19:1. "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos." Os animais são cheios de cor e acredito nunca ter visto tanta variedade de pássaros e insetos como aqui. Há passarinhos bem amarelos e vermelhos e azuis brilhantes, libélulas de todas as cores e uma das mais bonitas é vermelha e roxa. Há grilos multicoloridos e sapos e lagartos de todos os tamanhos. Já não me incomodo nem com as aranhas, só quando são maiores que a palma da minha mão, mas se não, deixo as a vontade, afinal elas comem os mosquitos e pensando assim podem me salvar de malária. Rsrsrsrs
É claro que sinto falta de casa e da igreja e de São Paulo, entretanto poder compartilhar com estas moças o privilégio de estudar é minha maior motivação. O conhecimento pode mudar o mundo ainda que o mundo delas seja não mais que uma vila chamada Machanga.
Orem para que Deus me dê sabedoria para compartilhar a Palavra. Elas sabem muito pouco ou quase nada sobre Deus, Jesus, a Bíblia. Quando voltei perguntei sobre o Natal, falei um pouco sobre o amor e fiz perguntas. O natal por aqui nada mais é do que : "o dia da família", nada relacionado com o nascimento do Messias e a Bíblia é um livros de histórias que muitos não tem acesso. Triste realidade onde a religiosidade está em temer feiticeiros e acreditar que tudo ao redor está relacionado com o desejo e feitos deles.
Não vim como missionária e muitas vezes não me sinto capaz ou preparada a fazê-las entender a Verdade. A Palavra de Deus diz que "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouvirão? E como ouvirão se não há quem pregue?" (Romanos 10:13-14)
Que o Senhor prepare trabalhadores para a seara. Eu oro também para que ainda que de forma sutil eu possa semear algo em seus corações também.
Graça e paz para todos,
Priscila Santana (24/01/2011)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

January Showers


Summer rains are a great God’s wonder. Here is the rain season right now. It rains almost every day but the last two days and nights the rains don’t stop. Last night was one of the best ones I have spent here. It started raining at about 6pm. It was the guard’s day off, so only women at the center. I went for a shower late and just before the rain started, but once I was in the "bathroom" the rain came down and since we don’t have a roof in there it was more a rain shower than a bucket one. But anyway I finished and tried to dry myself. When I got to the room I was soaked wet and then I decided to join the night and dance in the rain. I got my shampoo and washed my hair right in the middle of the center, right there, the rain and me. Soon the girls were all there, singing and dancing on their underwears. We had soooooooooooo much fun. The darkness of the night came very soon and being without clothes didn’t matter. We sang and danced for two hours without a break. The rain also didn’t give up and it was a rain shower night. We were all soaking but we didn’t care. We played and laughed and celebrated the blessing God had sent us. Today wasn’t different the rain came down and we were very tempted to join in. As the guard was around we didn’t go much further but we had some fun. Being here and having the opportunity to share laughters is more than na experience is the time to feel I am alive and I enjoy the girls as much as they enjoy having me around.
One more month is about to end but for sure this january is going to be very memorable.
28/01/2011

Homesick?!

My brother André is a life guard. Lately I’ve been thinking of him a lot. He is far from being my favorite family member, indeed he never was. But anyway being my brother I can’t help but love him. André is whiter than I am and his hair was actually white (not yellow) blond when he was a child. Now is light brown.
Going back to his job, he exposes himself a lot to the sun. Mom and I were always telling him how important the use of sunscream was. He is no longer "white", instead he got a very tanned skin. It’s not bad at all, some westerns would love that color, but we Brazilians are very concerned about how harmful the sun can be. White and very tanned the hair from his arms and legs gets very blond.
Being in Africa made me think so much of him probably because of what the sun has done to my skin. My arms mainly. The African sun never gives me a break and it doesn’t matter much if I have sunscream on or not. The sun shines upon my skin and I get burnt so easily. The rays are very strong and powerful. I am as darker than ever and sometimes i wonder if the African tan will ever leave my body, it seems that it won't. . All this to say that right now my skin is so alike my brother’s. Every time I see my arms, and I see them all the time, I remember André. My skin is so tanned that the hair from my arms are also blond just like his and through this I realize we have more than just the same family blood, right now we also have the same skin type. Funny or useless you may think all these lines are but for me it’s a great thing to LOVE my brother and see that we are very similar even being different and many ways. Africa thought me one more lesson: I do care and love my brother even being who he is and how he is, I mean, even being who I am and how I am. Confused? Maybe I’m too =o,
Just wanna finish with a line for my other brother Vinicius who is a sweetheart most of the times. Every time we talk through the internet or phone he can’t hang up before saying he loves me. "Vini, love you too!"
Oh well, what a hard year... Love you dear crazy folks: Mom, dad, André and Vini!
17/01/2011

Primeira semana de volta a Machanga


Primeira semana em Machanga. As meninas aos poucos estão chegando e o lar logo estará cheio. Cheio de vida, risadas, barulho, enfim, cheio de jovens mulheres.
Já vejo alguns rostos novos, nem todas estavam aqui o ano passado. Fico feliz por mais meninas fazerem parte do lar e triste em saber que algumas não voltarão. Duas se casaram, a mais nova, 14 anos. Morre ali a oportunidade de serem educadas, de terem acesso a informação e conhecimento. Uma pena.

Bom, o clima é muito quente e úmido e na primeira noite não agüentei dormir no quarto. No meio da noite coloquei minha esteira lá fora e foi lá que consegui algumas poucas horas de sono até que a chuva veio e me obrigou a entrar. Ao terceiro dia as chuvas começaram a acontecer durante a noite o que aliviou um pouco o calor. As chuvas são pesadas e os quartos ficam cheios de água. Mas ainda assim prefiro que elas venham para refrescar o forno que é debaixo das tenhas de metal.
Com as chuvas os campos e as arvores estão carregadas. Os abacaxis são muito doces, as mangas abundantes, os coqueiros repletos, minha amoreira está até curva de tantas amoras. Faço a festa. Já estou até enjoada de mangas. Um jovem que estou ajudando com patrocínio para voltar a escola veio até o centro pegar uma ajuda em dinheiro para a família, subiu nos coqueiros e tirou cerca de trinta cocos. Foi tão rápido que me surpreendi com o talento do jovem em escalar. Mês que vem vai me trazer um bode de presente.
Acordamos bem cedo e outro dia levantei com as tias e um vizinho tentando com a ajuda dos cães matarem um macaco que tentou entrar na capoeira para pegar sei lá, uma galinha, um pato, ovos. Coitado, não matou a fome, porém fez o café da manhã dos cachorros.
Levanto tão cedo que a manhã parece não ter fim. Varro o quarto cerca de 7 vezes ao dia, tomo aproximadamente 4 banhos diários e ainda assim parece que o calor e o pó e a lama não tem fim.
Para incentivar o inicio do ano letivo, trouxe canetas, lápis e apontadores para as meninas. Uma pequena ajuda que traz sorrisos e entusiasmo.
Assim que cheguei pintei meu quarto. As paredes estavam muito feias e a tinta trouxe nova vida ao ambiente. Também foi uma forma de servir como exemplo e mostrar que nós, meninas, podemos fazer tais ajustes sem depender de profissionais que não podemos pagar. O quarto ficou bonito, colorido de verde e azul. Já disse a elas que se quiserem um quarto bonito também, posso providenciar a tinta se elas se propuserem a trabalhar como pintoras. Já consegui a empolgação de um quarto. Ainda tenho uma lata de tinta rosa. Caso os outros quartos se interessem tenho que lutar para comprar mais umas latas. Mas com certeza valerá a pena.
Este ano quero aproximá-las mais de Deus e teremos devocionais todos os dias. Deus tem me mostrado que não só as meninas precisam dessa aproximação, o guarda e as tias que aqui trabalham também. O guarda está sempre pronto a ouvir e aprender mais sobre a Palavra. Glória a Deus por isto. Orem para que Deus me capacite em fazer a Sua Obra e que o Espírito me guie ao compartilhar a minha fé.
Leio muitos livros e eles me ajudam muito a passar o tempo, a entender melhor a história moçambicana e edificar minha fé. Leio de tudo um pouco. Quanto a língua, parece que não irei muito além do que já aprendi, mas tudo bem, vale a pena continuar tentando, principalmente quando os vizinhos se empenham tanto em me ensinar.
Falando nisso, apesar de português ser a língua oficial, não é novidade que muitos sabem bem pouco. Entretanto, todos sabem muito bem umas certas frases que me deixam maluca. Tais como, "Como você voltou gorda!", "Priscila, você engordou demais!", e assim vai... Já comecei minha dieta mesmo com algumas pessoas objetivando.
Também voltei a ser "muzungo" (branco). Na África do Sul com tantos brancos europeus eu era considerada colorida. Lá existem "black", "white" e "colored", ou seja, negros, brancos e os "colored" misturados ou coloridos ou "de cor". Cores... bahhhhh =/ . Como se a cor da pele importasse de alguma forma.
Sinto muitas saudades da minha família e alguns dias são mais que outros, mas estou quase no meio. Cinco meses já se passaram e sete mais por vir. Que o Eterno me dê sabedoria para transformar este novo ano em um ano repleto de Deus aqui no Lar para meninas, "American Board".
14/01/2011